Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
VIAGENS DE ANTONIO MIRANDA PELO BRASIL

Arraial do Cabo - MACAÉ - RJ 

destinobrasilte.com.br/produto/arraial-do-cabo-macae-rj 


CAMPOS DOS GOYTACAZES E MACAÉ
26-29/07/1994

 

A chegada de avião, sobrevoando o centro urbano de noite, com a luzes da cidade refletidas no rio Paraíba.
As pontes e os novos edifícios dão os contornos de uma cidade-polo regional, fincada no norte fluminense.
Campos mudou pouco na zona central. Guarda muito de seu aspecto provinciano dos anos 50 e 60, quando eu a conheci. O velho chafariz foi restaurado e, por sorte, os edifícios residenciais estão sendo levantados na periferia.
O calçadão da estreiteza e irregularidade das ruas do comércio, pouco sofisticado, um tanto antiquado. 
Lembra aqueles negócios de árabes e portugueses que ainda predominavam nas zonas centrais de nossas metrópoles, onde as mercadorias são expostas com certo desmazelo para darem a sensação de liquidação e preços baixos.
Andei até a beira do rio. Lá do outro lado aparece, alvíssima, uma igreja. Uma imagem congelada na minha memória juvenil.

No hotel, os viajantes. Isso mesmo: gente de passagem, transeuntes, de férias, a caminho ou de  regresso do Espírito Santo. O restaurante do Antares, além de peixes, oferece a tipicidade do chuvisco, um doce muito doce, mas muito apreciado.
Ainda estão lá os sobrados e casarões dos tempos dos barões das usinas de cana de açúcar.
Visitei o campus da UENF, a nova utopia de Darcy Ribeiro. Ele tentou a Universidade de Brasília mas o corporativismo de nossos dias transformou no que ela é — uma universidade que só é isonômica, com as demais, em seus vícios e mediocridades (com as exceções individuais de praxe, mas que não garantem maiores perspectivas.
A UENF está sendo programada para ser um novo paradigma acadêmico: centrada na geração do conhecimento, na pesquisa voltada para as tecnologias de ponta, com pessoal de excelência, todos a nível de doutorado e com produção científica. Quem administra o projeto é a minha amiga Gilka Wainstein, e a concepção física é do infatigável Oscar Niemeyer (que adaptou as estruturas pré-moldadas dos CIEPS para as novas funções.

É bom ver nascer e, sobretudo, participar e contribuir para um novo conceito de universidade. Tomara que a mudança de governo não enterre o sonho. O temor se justifica. Nos quatro anos do governador Moreira Franco, quase acabaram com os CIEPS, por uma mesquinha falta de visão ou, melhor, por ciúme e perversidade.  
Rever Campos foi também antever o futuro. Soube da ideia da UENF de viva voz, no seu nascedouro.      A própria Gilka, com o entusiasmo de sempre, relatou-me os planos e propostas, no aeroporto onde eu estava para uma viagem a Puerto Rico. No momento mesmo em que davam início às obras. Hoje os edifícios estão sendo concluídos, outros já ocupados pelos primeiros estudantes e pesquisadores.   
 

A estrada para Macaé é uma via dupla, perigosa e congestionada. Paisagem ondulante, com o verde transitório dos canaviais, e o azulino do recorte gracioso e caprichoso da Serra do Mar, ao fundo. Noventa quilômetros em que a indústria açucareira ainda delineia o perfil rural e só as montanhas — onipotentes, cenográficas — quebram a suavidade dos morros plantados e dos vales tranquilos.
Macaé cresceu muito, muitíssimo, com a exploração do petróleo em alto mar. O centro urbano é feio, com edifícios sem qualquer estilo, mas a orla marítima continua pitoresca e com um deliciado aspecto interiorano.  Nos arredores, com praias e lagoas, brotam os novos e opulentos bairros residenciais, muitos deles privativos, com tantas  construções  e tantas residências ostentosas.
Em Macaé, quando ainda era apenas uma vila de pescadores e um balneário distante, andei no início da década de 60. De noite, na praia, conheci um rapaz talentoso e começamos uma parceria musical, uma canção nostálgica, à luz do luar, que nunca chegamos a completar:

“A lua cheia
quando nasce em Macaé,
ilumina sobre a areia,
vagas triste da maré.”

Guardo uma foto daquela oportunidade, mas jamais revi o jovem. Chamava-se João Roberto Kelly, antes de tornar-se o consagrado compositor de marchas e sambas carnavalescos.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar